Civilização e Decadência em Corção

Aproximações com Voegelin, Girard e Eliade

Natanael Pedro Castoldi
12 min readJul 8, 2023

A Civilização é, para Corção, “é a obra comum ou experiência de convivência dentro de uma ampla atmosfera cultural constituída por idéias, valores, critérios e arquétipos humanos, organizados em uma constelação ou uma mitologia, e formando uma ideo-logia, que é a nota característica essencial de cada civilização” (Dois Amores, Duas Cidades, p. 140). Esse ímpeto, segundo ele, emerge do “imenso e universal desejo de manifestar o homem” — noutros termos: de tornar concreto, de exibir em encarnação, todas as virtualidades da alma racional, atingindo em plenipotência “as riquezas da natureza humana”, que não podem ser exauridas por um único homem, por uma única raça ou por uma única modalidade de experiência na realidade. Isso significa que a Civilização é a forma máxima de autoexpressão do homem em determinado momento histórico e em determinada região do Mundo, um feito coletivo de descompactação dos símbolos a partir de uma determinada espécie de experiência no Ser. Disso apreendemos, e a sucessão de civilizações o demonstra, que o trabalho civilizacional nunca chega ao seu termo — a sua aspiração só se realizará quando a totalidade das potencialidades humanas tiver sido vertida em Ato, o que pode ser buscado na esperança messiânica do Reino Celeste, da Nova Jerusalém, ou, num ímpeto imanentizador do Eschaton, na tentativa de se construir na imanência a Civilização Universal, na qual a distância entre o interior e o exterior humanos deixará de existir, porque o interesse subjetivo e a obra objetiva estarão em plena coincidência (uma paixão marxiana). Eis o axioma no qual Corção sustenta sua sentença: “uma das grandes paixões do homem é a de ver projetadas e atuantes as suas idéias. Ora, a obra civilizacional é a realização disso em ponto grande.”

É digna de nota a observação de Coração a respeito de como se forma esse empreendimento coletivo, que construirá gradualmente o espectro civilizacional: existem momentos nos quais um conjunto de pessoas se aproxima de uma fronteira de consciência, um limite no qual a sua constelação de símbolos começa a se mostrar deficiente ou insatisfatória para absorver a progressão na experiência no Ser (um tipo de pressão constante e crescente que vem de pequenas ações individuais, de certas descobertas ou determinadas subversões da ordem preconcebida), de maneira que basta algum indivíduo dotado de particular genialidade ou especialmente agraciado por Deus, como Abraão, dê o passo decisivo de travessia para um novo terreno do espírito para que todos rapidamente o sigam.

Na história de Abraão o que admira não é só o fato de Abraão ouvir e obedecer às vozes do alto, é também o fato de não haver o menor sinal de oposição entre os membros da família. […] Este e aquele consentimento mostram que, em ambos os casos, a tendência ascensional não se limitou só a um privilegiado. E assim deve ter acontecido muitas vezes: um ou poucos têm a iniciativa, mas a ascensão do grupo só é bem sucedida quando é geral o consentimento. — p. 137

Dessa perspectiva, pode-se defender junto de Corção, as raízes do processo civilizacional não são propriamente econômicas ou materiais, mas intelectuais e, portanto, espirituais. Elas têm mais relação com o processo simbolizador, que se atualiza a partir da sensibilidade coletiva, mas encabeçada sempre pelo gênio individual, do que propriamente com interesses tecnológicos e de otimização produtiva. É apenas depois de iniciada essa nova “aventura do espírito” que os hábitos econômicos e os seus instrumentos começarão a ser substituídos por hábitos e instrumentos novos e mais adequados à atualização na mentalidade comunal.

A partir do esgotamento da constelação simbólica antiga e do novo insight, e do acompanhamento coletivo, o processo civilizador se prolongará e expandirá numa redefinição sistemática, num reenquadramento dos símbolos antigos, numa nova sedimentação das velhas ideias, atualizadas a partir do elemento inédito que revolveu todas as estruturas. Esse processo se alastrará por séculos, sempre lidando com resíduos do passado, com corpos estranhos e, obviamente, com a rebeldia e a deformação decorrentes da vontade humana particular — se desdobra desde o espírito ou da inteligência do homem, cresce e se complexibiliza para além de qualquer homem em particular, mas é pressionada e começa a definhar sobretudo desde dentro e das mesmas forças fundamentais que a viabilizaram. Porque, como sustenta Corção, a Civilização é o meio no qual o homem nasce e permanece imerso, mas ao qual transmite o tempo inteiro a sua forma interior, numa dialética “eu-objeto”, sendo estritamente “a projeção do self-system, da forma de convicções, crenças, valores, etc.; reciprocamente, os habitantes imersos numa civilização recebem dela essa estrutura psíquica e moral” (p. 145).

Para entender como isso se dá, nosso autor descreve o homem, esse eu que dialoga com o objeto, como circunscrito por circularidades penetrantes — camadas de realidade que se sobrepõem e que atuam sobre ele. As primeiras camadas ele chama de telúricas, porque resumem os territórios mais naturais do existir humano — o meio físico que o eu individual encontra ao seu redor: a natureza, os costumes, o vestuário, os hábitos à mesa, as atividades econômicas, a arte folclórica em seu caráter mais lúdico, as crendices… tudo aquilo que esteva restrito ao que Peter Burke chamou de Pequena Tradição, eminentemente a-histórica e cíclica, e que Corção dirá falarem mais à sensibilidade do que ao espírito.

As camadas que se seguem às camadas do ambiente imediato e sensível que é dado ao eu, são aquelas que chamaríamos, propriamente, de institucionais — as relações com os outros no nível das questões familiares, políticas e econômicas um pouco mais amplas, e cuja compreensão e cujos usos dependem de algo mais do que propriamente um mimetismo elementar. Dessas camadas para as seguintes, chamadas de “firmamento cultural”, o passo é curto. A primeira camada do “firmamento cultural” é a da atualidade, e traz consigo as atualizações e novidades recentes a respeito dos eventos, das descobertas, dos modismos… de tudo quanto ponha o homem individual em contato com o dinamismo da ação cultural humana em nível coletivo e imediato, e aqui estão as indústrias em geral, também é aqui que se estabelece uma das formas fundamentais de unidade civilizacional após a evidência e o mimetismo ambientais: o “saber juntos” é um fator agregador, construtor de imagens e sensibilidades compartilhadas simultaneamente, que dialogam em nível estético com certos artefatos culturais melhor consolidados, apelando à experiência comum, em nível afetivo e de história recente, formando uma tênue e fugidia tessitura coletiva que vincula as pessoas a uma espécie de vocação temporal coparticipativa, que precisa estar sempre sendo atualizada e reforçada. É a isso que Marías chamara de “consabido”.

No nível do consabido estão, portanto, “os deuses e semideuses da mitologia vigente”, cuja exposição desempenha o papel de signo de congraçamento e destaca na consciência coletiva os arquétipos que pareçam dignos de admiração e imitação. Nesse sentido, a camada do consabido é também, de algum modo, mimética, porque oferta à generalidade de um grupo humano, pela via da sensibilidade ou da excitabilidade, modelos a seres imitados — isso impõe alternativas de larga abrangência ao aprisionamento mimético pessoa-pessoa, no nível da localidade, e obtém uma resposta popular massiva dentro de um tempo muito reduzido, porque inclui o mimetismo pessoa-pessoa na medida em que a imitação do modelo é reforçada pela imitação de seu imitador. É por isso que nos grandes centros urbanos, aspectos ambientais, folclóricos, fundados na imitação direta de pessoas exemplares, como pais e avós, são alçados, da atemporalidade cíclica, à atitude civilizacional, de esforço coletivo, embora sobremodo inconsciente, de atualização.

Apenas acima da camada do consabido é que estará a cultura propriamente dita, ou aquilo que Peter Burke chama de Grande Tradição. Aqui residem as ciências, as artes, a filosofia… “que poucos conhecem, ou que muitos conhecem como fato ou como nome refratado no Consabido.” Aqui, pode-se dizer, habitam as ciências especiais e os seus feitos, que estão acima e além da política factual, ou institucional, e sobrevivem, pela intencionalidade progressiva dentro da história, ao império das atualidades do consabido.

Ainda mais acima, para além do firmamento cultural “povoado com as obras do espírito, e com as figuras dos homens representativos transformados em ideais, arquétipos, modelos dignos de serem imitados”, chegamos ao limite, à ionosfera das camadas que circunscrevem o eu. Nesse patamar está aquilo que Corção compara ao Inconsciente Coletivo junguiano — paredes elevadíssimas, que contém dentro de si, por séculos e milênios, homens e nações inteiras. Estamos, pois, na raiz da manifestação arquetípica, tal como Jung o demonstra — os arquétipos são virtualidades determinadas por uma infraestrutura que não somos capazes de apreender, mas que os manifesta em formas universais, mas circunstancialmente adaptadas, a partir de certos estímulos pré-conscientes ou conscientes. Eis o que é: a infraestrutura, “os critérios, os valores, as idéias que formam um sistema, ou uma constelação — espécie de zodíaco da história — sob cujo signo transcorrem os eventos mais diversificados e aparentemente mais heterogêneos.” É essa moldura, enfim, aquilo a que podemos chamar de Civilização: é dentro dela e a partir de seu código elementar, ou de sua trama fundamental, que se organizam as demais coisas. Nesse ponto, estamos na Pura Luz do espectro Solar, e não Telúrico, da vida societal, como se vê:

… as envoltórias do homem se apresentariam como emanações diferentes assim especificadas: a que chamamos telúrica, regional, sociológica ou geográfica, representa o mundo da relação homem-natureza, ou da sensibilidade; mas não da sensibilidade em estado puro ou separada, e sim da sensibilidade espiritualizada em algum grau; as envoltórias que chamamos solares representam o mundo da mentalidade ou da estrutura psíquica consciente, semiconsciente e inconsciente, mas racional. — p. 152

Essas instâncias solares Corção considera mais espirituais do que sensíveis, porque se ordenam não fundamentalmente nas emoções e nos afetos, mas em ideias, valores e “experiências morais e intelectuais invisceradas, assimiladas profundamente, e organizadas num sistema interior, numa espécie de dogmática interna que o homem, a cada instante, instintivamente, com o instinto do ‘habitus’, consulta para aquilatar algo que o mundo lhe apresenta.” Enquanto a envoltória telúrica dará material à sensibilidade, ou ao “inconsciente afetivo”, ligado às aspirações compartilhadas profundas, de matiz onírico e sensível, o firmamento civilizacional constrói a mentalidade e estabelece o modo de pensar e o código que formará o sistema das ideias e dos valores. Fazendo uso de uma das tópicas freudianas a respeito do aparelho psíquico, Corção põe a envoltória telúrica junto do Id e a do firmamento civilizacional, ou psicocivilizacional, no Superego, mantendo os aspectos ordinários da vida política, citadina, no nível da Consciência, que é por onde vazam as pressões inferiores e superiores.

De que maneira esse conceito de Firmamento Civilizacional se associa à definição de Civilização como “obras comuns mantidas durante séculos por um esforço comum”? O insight fundador, o despertamento do gênio, que é acompanhado pela multidão, está sempre radicado, de algum modo, no Ser, donde emerge pela Inteligência. A experiência no Ser empreendida pelo gênio e absorvida pela comunidade destacará um dos aspectos não conhecidos pela consciência anterior, ainda compactado em símbolos primitivos, e atará a civilização subsequente à sua lógica interna, não completamente compreendida ou apreendida pelo gênio e sua comunidade, porque visa à Totalidade. Os egípcios foram magnetizados desde os primórdios pela ideia de imortalidade e foi por meio dessa ideia, com sua vastidão quase inabarcável, que toda a arquitetura de seu sistema de valores foi codificada, vertendo em uma experiência civilizacional ímpar — a tentativa de encarnar em plenitude a mentalidade, ou aquela face do Ser que os pressionou à aventura do espírito, ou ao empreendimento civilizacional, aparece na vastidão de seu legado monumental e esotérico. Similarmente com os mesopotâmicos, a começar pelos sumerianos, arrebatados precocemente pela ideia da filiação divina do rei, visto não como divino, mas como principal representante da divindade, donde um ímpeto historiogênico (Voegelin) e documental, que permitirá aos sumerianos, e mesopotâmicos em geral, que deixem à humanidade um legado incomparável. Os iranianos, por sua vez, receberam de Zoroastro uma infusão do Sagrado e se apaixonaram pela Luz de uma maneira que nenhuma outra civilização conhecera, donde o seu legado perene às doutrinas espirituais e filosóficas. Aos hindus, a fascinação ardente pela Unidade Substancial foi o fator elementar de sua ordem civilizacional. Não faltariam palavras para descrever os gregos, os hebreus, os romanos e os cristãos medievais. Uma civilização perdura em si mesma enquanto as implicações de sua específica experiência no Ser não forem esgotadas, ou enquanto lhe for permitida por rivais a permanência histórica. E quando uma experiência civilizacional se esgota, a civilização subsequente assimilará o seu legado e o reverterá para as finalidades de sua própria vocação.

Os fundadores de nossa era são mais miméticos do que proféticos

O que ocorre com a Civilização Ocidental, que foi da Civilização Cristã para a Civilização Moderna, sustentada numa constelação de valores nominalistas e egoístas, pode ser bem entendido se irmos a Eliade (Mefistófeles e o Andrógino): crises civilizacionais, que podemos chamar de crises espirituais, culminam numa “degradação do símbolo”. Doutro modo: “quando o espírito não é mais capaz de apreender a significação metafísica de um símbolo, este passa a ser compreendido em planos cada vez mais grosseiros.” (p. 102) Na ocasião do esgotamento das possibilidades de uma determinada experiência no Ser, com o seu símbolo ou arquétipo correspondente, o sentimento coletivo é apreensivo e angustiado. Há uma espécie de eletricidade ou tensão no ar, uma expectativa geral de mudança. Quando não houver um Abraão, um gênio, ou uma comitiva de profetas de intelecto afiado, que sentem agudamente os problemas de sua época e que, de espírito privilegiado, conseguem absorver a desordem de seu tempo, ordenando a experiência espiritual da época num todo coerente, organizado sob a potência agregadora de uma nova abertura do Ser, o espaço fica aberto para charlatões e demagogos, que são meras sínteses ou representações do momento e que não abrem-no para uma nova possibilidade espiritual, mas convergem as paixões coletivas para propósitos imanentes, restritos à horizontalidade. Foi isso que aconteceu na janela entre a Idade Média e a Modernidade, quando o vácuo não foi ocupado por gênios ou profetas, mas por homens que impuseram ao mundo o produto de suas experiências particulares não no Ser e não via Intelecto, mas em seus próprio apetites e titanismos e pela vereda da razão natural e do apelo sensível. A paixão industriosa, progressista e dominadora do éthos Moderno está mais próxima dos apelos telúricos do que solares. Os fundadores de nossa era são, por conseguinte, mais miméticos do que proféticos.

Ainda assim, veja bem, o axioma do início desse estudo não muda: uma das maiores paixões do homem é projetar em plenitude no mundo exterior as suas ideias e o seu sistema de valores. Vimos como esse exemplo se aplica aos egípcios, sumerianos, iranianos e indianos. Todavia, em todas as civilizações antigas, uma vez que se compreendia que a aventura no espírito buscara suas fontes no Ser e na Transcendência, por mais intensos que fossem os esforços de construir na Terra uma réplica perfeita do Céu, jamais se perdia de vista a impossibilidade ontológica de uma reprodução literal, porque jamais se esquecia da incorrigível condição decadente do homem. Assim, seguindo o modelo girardiano, o estabelecimento da raiz do sistema de valores numa espécie de Mundo das Formas, Transcendental, inacessível e irreprodutível, mantinha afastada a fonte do Desejo, ou o Objeto Ideal. O entendimento realista de que a aproximação do Sagrado não ia além do Espaço Santo e da eclosão do Tempo Forte no contexto dos rituais comunais, e que do Sagrado se irradiava substância e sobrevida ao Profano, mantinha a mentalidade coletiva nos eixos — o que não se conseguia reproduzir ou encarnar na Imanência existia objetivamente na Transcendência e poderia ser buscado espiritualmente através da Inteligência despertada pelo Símbolo. É precisamente aqui que reside o problema da Modernidade, com a anulação da Transcendência: o Modelo agora não está mais na “ionosfera”, mas em posse do homem, dentro do Mundo, preso na matéria telúrica e esperando para ser extraído dela. A aproximação do Modelo, radicado agora na Imanência, é o motivo do enlouquecimento de nossa civilização que, no afã de encarnar em plenipotência os desdobramentos de seu motivo fundamental, não tem mais a Transcendência como lócus objetivo e vital de seu espírito civilizacional, a ser procurado individualmente, e deve, por conseguinte, reproduzi-lo com máxima literalidade na concretude por meios políticos e econômicos — através daqueles recursos que lhe estão disponíveis na falta de gênios e profetas e porque seus propósitos são, de fato, materialistas. Eis a razão, pois, da violência civilizacional que conhecemos nos últimos séculos e que atingiu os níveis da totalidade desde a Primeira Guerra. Com a degradação do símbolo, ele passa a ser visto como representativo de uma totalidade imanente, não transcendente, e se é tentado à sua realização cabal na horizontalidade.

O homem ocidental, que nasce dentro do sistema civilizacional moderno, está eminentemente preso nas camadas telúricas e sensíveis. Não tendo em vista um modelo transcendental, acessível por meio dos símbolos, e não tendo, portanto, meios de acessar intelectualmente os motivos mais elevados da Grande Tradição para ordenar e estruturar a própria alma, estará restrito ao mimetismo mais vulgar. A Civilização é uma conquista espiritual e o acesso à experiência civilizacional, ao seu insight fundador, ao sistema de valores dele irradiado e às obras perenes a ele associadas e a ele devidas, é feito por meio da Inteligência, do espírito, jamais pela mera sensação. Uma civilização decadente, que perdeu-se do Ser, assumirá os símbolos que herdou de uma maneira não espiritual, não intelectual, e como mera analogia à experiência sensível, ou como totalizações das possibilidades da imanência — tudo se resumirá a uma exaustiva autorreferência, neurotizante por excelência. Assim, os modelos ou arquétipos fornecidos pelo consabido não serão sentidos como símbolos ou portais para a Transcendência, mas como estimulações literais de certas áreas da vida venal, a partir a instigação de emoções, de pensamentos e de atitudes. E, faltando abertura à Grande Tradição pela perversão e degradação dos símbolos, os modelos oferecidos não poderão ser apreendidos intelectualmente, mas apenas sensorialmente, induzindo à aderência mimética pela reprodução literal da atitude do modelo — isso produzirá todas as tribos identitárias que temos visto por aí.

Texto de minha autoria (como os demais deste canal) originalmente publicado em meu perfil pessoal do facebook em 31 de janeiro de 2023.

--

--

Natanael Pedro Castoldi
Natanael Pedro Castoldi

Written by Natanael Pedro Castoldi

Psicoterapeuta com formação em teologia básica e leituras em história das religiões e simbolismo. Casado com Gabrielle Castoldi.

No responses yet