Conhecer e Ser Conhecido
O Arquétipo do Juízo Final
Se a vida animal se alicerça sobre os imperativos do comer ou ser comido, a vida humana em seu sentido próprio, que é espiritual, divisa outros dois: conhecer e ser conhecido. O conhecer é ativo, tal qual o predar, e o ser conhecido é passivo, tal qual o ser predado. O conhecer se impõe, a partir de sua própria lógica, como um conhecimento absoluto, que é o mesmo, em regime horizontal, que um domínio absoluto. O ser conhecido é imposto, desde sua lógica interna, como a submissão a um arbítrio de tipo onipotente, porque este detém os meios de quebrar nossa cerviz e de se infundir em nossa alma, e de descobrir todos os nossos segredos, sabendo de nós mais do que nós mesmos, e de colocar o nosso coração na balança. Esse é um dos maiores terrores e persegue o homem desde a infância da humanidade e desde a infância de cada espécime, e é por isso que toda a criança tem o “instinto” de se esconder dos pais, como Adão e Eva se esconderam de Deus. Essa é a contraparte psíquica do princípio cósmico e escatológico do Juízo Final. Essa é também a verdadeira chave da Santificação.
O ser conhecido é imposto como a submissão a um arbítrio de tipo onipotente…
Texto de minha autoria (como os demais deste canal) originalmente publicado em meu perfil pessoal do facebook em 25 de janeiro de 2025.