Discernir o Corpo

Leituras na doutrina do apóstolo Paulo

Natanael Pedro Castoldi
12 min readJul 31, 2023

Em 1 Coríntios 11:16–34, o apóstolo Paulo, ao discorrer a respeito da anarquia vigente na Igreja em Corinto, que aniquilava o símbolo da Ceia do Senhor, porque cada um pensava apenas em si mesmo, nos seus próprios apetites, e ignorava as necessidades dos seus irmãos, firma a seguinte sentença: “Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor” (V. 29). O contexto é evidente: não discernir o Corpo do Senhor é estar na Ceia como quem não está em Cristo e se porta diante do Pão e do Vinho, do Corpo e do Sangue do Salvador, de modo irreverente. Esse indivíduo é incapaz de discernir que o Pão e o Vinho são símbolos do Corpo e do Sangue de Cristo, cujo despedaçamento e cujo derramamento trouxeram salvação, e cuja memória, anúncio da Ressurreição, é esperança da Sua Vinda — é na Ressurreição de Cristo, que veio em Corpo Glorioso, assim subiu ao Céu e de lá voltará, que se forma o Corpo Místico de Cristo, a Sua Igreja, de maneira que a incapacidade de discernir o Corpo e o Sangue de Cristo nos símbolos do Pão e do Vinho é, também, uma incapacidade de discernir a Igreja enquanto símbolo do Corpo de Cristo, de maneira que a irreverência para com o Corpo e o Sangue se reflete na irreverência para com os irmãos. Como isso se dá, exatamente?

Na mesma epístola, no Capítulo 15, Paulo discute sobre dois corpos: o natural e o espiritual, o do pó e o da ressurreição. No contexto, o apóstolo está combatendo uma série equívocos rabínicos e gregos a respeito da doutrina da ressurreição. Corinto era uma cidade grega e, uma vez que as primeiras igrejas cristãs agregavam muitos judeus convertidos, os equívocos gregos e judaicos pululavam na Igreja em Corinto. Os gregos negavam a ressurreição corpórea dos mortos, enfatizando que apenas a parte mais elevada da alma (Nous), o espírito, naturalmente imortal, ressurgiria (por isso a pregação de Paulo em Atenas [Rm 17] é criticada pelos filósofos), enquanto alguns rabinos defendiam uma continuidade absoluta entre o corpo natural e o corpo da ressurreição (por isso o ressurreto viria com o corpo tal como morreu e a partir de um fragmento preexistente [um osso do pescoço, considerado inquebrável]). Paulo contesta as duas visões. Primeiro demonstra que a descrença na ressurreição dos mortos, que circulava entre os cristãos coríntios, implicava na negação da ressurreição de Cristo Jesus — a tradição cristã recebida por Paulo afirmava que Jesus morreu pelos pecados, foi sepultado e Ressuscitou, que apareceu ressurreto aos apóstolos e a outras testemunhas, assim como a ele mesmo, quando subia para Damasco (1 Co 15:3–8, At 9:3–4). Paulo sabia que Jesus ressuscitara por que ele e mais quinhentas pessoas O viram, e também sabia que a negação da ressurreição dos mortos, que nega a Ressurreição de Cristo, inviabilizava a soteriologia cristã, porque a remissão dos pecados só está completa com a vitória sobre a Morte, símbolo da depravação e da degeneração física e espiritual do homem (v. 56). Ademais, se Cristo não ressuscitou, de nada vale o empreendimento cristão, ou o batismo pelos mortos (que é o batismo do neófito em substituição aos mártires), porque não há razão suficiente para padecer perseguição se nenhum dos mortos em Cristo ressuscitarão e se todos os crentes continuam aprisionados ao Pecado.

Quanto à tese rabínica, Paulo responderá que há, sim, continuidade, mas também há descontinuidade entre o corpo natural e o corpo da ressurreição, de maneira que não importam as condições da morte ou o que restar do corpo, porque Deus mesmo dará a germinação da Nova Vida. Mas para chegar nessa conclusão, o apóstolo começa reforçando a doutrina da Ressurreição de Cristo: Ele é o Primeiro Ressuscitado. Do Primeiro Adão, no Éden, veio a Morte pelo Pecado, e a Morte passou a todos os homens, os filhos de Adão, ou os homens naturais, enquanto de Cristo, a Primícia da Ressurreição, vem a ressurreição para todos os que, por meio d’Ele, forem feitos filhos de Deus. Então, entre os versículos 20 e 28, se tem a ordem dos eventos escatológicos: primeiro o Cristo, a Primícia, depois os de Cristo, quando Ele voltar, e então virá o Fim, porque a Morte terá sido vencida e, com ela, derrubados todos os principados e todas as potestades, e Cristo, tendo posto abaixo de Si toda a autoridade, conforme a delegação do Pai, a devolverá ao Pai, para que Ele “seja tudo em todos”.

Desse ponto em diante, Paulo leva o seu argumento ao clímax, antecipando-o pela fórmula: os que negam a ressurreição dos mortos em Cristo estão imersos no “desconhecimento” (agnósis) de Deus, porque não têm ou não usam o conhecimento de Deus. Com a conotação de que esse desconhecimento vem da estupidez (“insensato” — Aphron: questão absurda) de um desvio elementar, Paulo inicia sua exposição, que demonstrará essa cegueira: há uma diversidade de espécies e de criaturas na Criação e à semente de cada uma delas Deus dá um corpo, que é determinado para a realização da sua finalidade (cada criatura tem um corpo apropriado às suas necessidades). Há diferença entre espécies, mas também entre indivíduos, porque a glória (Doxa — esplendor), ou o brilho das estrelas diverge entre uma e outra, de maneira que a cada semente Deus faz vir um corpo ao qual atribuirá uma medida própria de glória. Numa demonstração descendente, Paulo diz que a carne do homem é diferente da carne dos animais, pássaros ou peixes, e numa demonstração ascendente, evidencia que a medida de glória dos corpos terrestres é menor do que a dos corpos celestes, assim como a dos corpos celestes entre si. E se há uma medida de glória para cada corpo que virá de cada tipo de semente, uma vez que Cristo é realmente Ressurreto em Corpo Glorioso, a medida de glória do homem é tal como a do Corpo Glorioso de Cristo, e isso significa que o corpo no qual nos encontramos é, na realidade, a semente do corpo que virá — como o grão de trigo, o corpo nu, que precisa morrer para a eclosão do trigo, que é a finalidade do grão, nosso corpo natural, perecível, está destinado à decadência e precisa esgotar sua inclinação (ou seja, ser desfeito em pó), para que possa vir, via ressurreição, o Corpo Glorioso — vê-se que a finalidade do corpo terreno é ser feito espiritual, ou que a forma final do homem já é o corpo espiritual, conforme pretendido por Deus, mas para esse corpo eclodir, primeiro o “corpo nu” deve morrer. Assim, Paulo termina de aniquilar a argumentação grega, anunciando que também o corpo terá lugar na Eternidade (e um corpo que conserva sua individualidade [não é uma perda da singularidade da alma na impessoalidade do Logos, como pregavam os estoicos]), e esteriliza a hipótese judaica, já que há uma continuidade (como há continuidade entre a semente e o trigo), mas uma descontinuidade (já que a semente tem que morrer para si mesma).

O corpo da ressureição é chamado, literalmente, soma pneumatikon, ou “corpo espiritual”, à imagem do Corpo Glorioso de Cristo, o Segundo Adão

Desembocamos aqui no jogo de opostos que inicia no versículo 42: o corpo natural, enquanto semente, é semeado em perecibilidade para ser ceifado em imperecibilidade, em desonra (relacionado nalguns manuscritos à perda dos direitos de cidadania: um cadáver não tem cidadania) para glória (Doxa), em fraqueza para força, em corpo terreno para corpo espiritual… Os atributos terrenos, veja bem, estão todos vinculados ao que se desfaz, é um corpo adequado para a condição de perecibilidade, porque é do mundo e esse mundo, dominado pela Morte, é amaldiçoado uma decadência generalizada. Esse corpo é, literalmente, “soma psychikos”, ou corpo psíquico, do homem natural, conforme Adão. A alma (Psyché), aqui, é aquilo que anima o corpo, no sentido também de articulá-lo para uma finalidade terrena, e as inclinações e paixões disso decorrentes (Rm 6:6) — propriamente, o princípio animal sensível, perceptível e de raciocínio elementar. Um tal corpo, regido pela experiência sensível, não pode discernir as coisas divinas. Contrapostos a estes, ficam os atributos celestes, vinculados à perenidade, à imperecibilidade, conforme as necessidades da futura Nova Vida (v. 50), já que, vencida a Morte em Cristo, não haverá corrupção, porque não haverá Pecado. O corpo da ressureição é chamado, literalmente, soma pneumatikon, ou “corpo espiritual”, à imagem do Corpo Glorioso de Cristo, o Segundo Adão. Enquanto o primeiro é devido à forma do Primeiro Adão (uma alma possuidora de vida), o segundo é gerado e controlado pelo Espírito Santo (em Cristo, o Espírito que vivifica [não sujeito à decadência, Ele traz Vida]). O espírito (Pneuma) é apenas encontrado no homem, não nos animais, e é a faculdade pela qual consegue discernir a Divindade Transcendente através do mundo sensível (Intelecto), assim como é por meio dele que pode relacionar-se com Deus. Por isso, o corpo natural deve se submeter ao corpo espiritual e ao seu princípio, ou modo de ser, reestabelecido no coração pelo Espírito Santo, que reabilita o Intelecto para que se possa ter início, ainda nesse mundo, o processo de domínio do espírito (Pneuma) sobre a mente natural (Psyché), bem definido pela ideia de Mortificação, que apregoa uma antecipação moral da Morte à qual destina-se o corpo natural pela via da negação dos apetites vinculados à decadência (donde, também, uma antecipação da Nova Vida Imperecível).

É notável como Paulo demonstra conhecimento de uma tradição judaica, sobretudo de matiz helênico, muito comum a Filo de Alexandria: é dito que o Adão de Gênesis 1 era o Homem Espiritual, ou Celeste, enquanto o Adão de Gênesis 2 era o Homem Natural, ou Terreno, porque foi vítima da Queda, gerando descendência à imagem dele, de homens terrenos e nus (Rm 5:12). Quando o Adão Celeste caiu, suas luminosas vestes de glória (Doxa) foram retiradas por Deus e ele se percebeu nu (como o grão de trigo). Quando o apóstolo diz, no versículo 45, que Adão “se tornou alma vivente”, faz alusão à Queda, e, então, inverte o argumento: vem, pois, primeiro o Corpo Natural, vindo do pó por transmissão carnal, e depois vem o Corpo Espiritual, vindo do Céu, por obra de Deus — vale notar que a imagem da germinação do grão, vista anteriormente, testemunhava, na época, da ação miraculosa do Senhor enquanto doador da vida, porque não se via o processo da germinação como natural. Com o Segundo Adão, enfim, as vestes de glória serão novamente restituídas aos filhos de Deus, restaurados em Cristo, a Primícia, como Sua Imagem.

A ideia da restituição das vestes de luz e glória do homem espiritual, que começa a germinar já nessa vida, através do Espírito Santo, está explicitada nos versículos 49, 53 e 54, porque os termos para “trouxemos” e “traremos” (49) eram comumente usados para o vestir de uma peça de roupa. Noutros termos: é necessário que o grão se desvista de sua nudez e se permita morrer para a pele de sua perecibilidade (ou o corpo de sua morte [Rm 7:24]) para que possa ser revestido com a pele luminosa do Corpo Glorioso. Isso se consumará, como dizem os versículos finais, num repente, num piscar de olhos, quando tocar a Última Trombeta, a Sétima, e os que forem vivificados se levantarem sobre os seus próprios pés, e quando, pois, a besta venenosa da Morte for destronada pela vitória de Cristo.

Como sabemos que seremos revestidos desse Corpo Glorioso? A glória, ou Doxa, que descreve o seu esplendor, sempre alude a uma manifestação divina, teofânica, porque essa glória e sua luz emanam diretamente de Deus e do Seu Trono, na Nova Jerusalém (Ap 21:23 e Ez 4:1). Por isso, quando Moisés esteve na Glória do Senhor, na Nuvem Luminosa no Sinai (Êx 21:17–18 [Doxa = Kabowd {hebraico}]), viu-O (Êx 33:18) e o seu próprio rosto ficou luminoso (Paulo o descreve com Doxa em 2 Co 3:7). Moisés e Elias são descritos como na Glória quando aparecem junto de Cristo na Transfiguração, e o próprio Cristo, de vestes luminosas, irradia de Seu rosto metamorfoseado uma luz como a do Sol (Lc 9:32 e Mt 17:2). Foi na Doxa do Corpo Glorioso que Paulo viu a Cristo quando ia para Damasco (At 22:11) — o mesmo com Estêvão (At 7:55). É sem sombra de dúvidas que a experiência de Paulo, testemunha de Estêvão, esteve na base de sua doutrina do corpo da ressurreição, como vemos em Colossenses 2:9 e 1 Coríntios 15:8.

Quanto aos desdobramentos da experiência da Transfiguração, podemos buscar em Pedro, que em 2 Pedro 1:2–4 e 16–18 fundamenta o pleno conhecimento de Deus (Epignosis), dado pelo Poder através de Cristo, na revelação a ele concedida pela Virtude (Areté — energia moral para atos heroicos) e pela Glória (Doxa) de Cristo vistas no Monte Santo, Virtude e Glória pelas quais somos feitos coparticipantes da Natureza Divina. Pedro e os apóstolos foram testemunhas diretas daquilo que pregavam, entendendo que aos crentes era suficiente a confiança no seu testemunho infalível para a aceitação da Boa Nova de Salvação, incontestável pela visão do Corpo Glorificado, do prenúncio do Corpo da Ressurreição, e pela confirmação da filiação divina vinda pelo Pai através do Espírito Santo, como na ocasião do Batismo de Cristo.

Uma antiquíssima tradição (remonta a Justino Mártir) chama de Iluminação o batismo cristão, a partir de interpretações siríacas de Hebreus 6:4 e 10:32 e à luz da descida do Espírito Santo no Batismo de Jesus, quando os Céus se rasgaram. Pela Iluminação, ou pelo batismo, que inseria o cristão no Corpo Místico de Cristo, confirmada com a afirmação da filiação divina pelo Pai através do Espírito Santo, ele deveria ser capaz de discernir o Corpo Glorioso de Jesus, porque nela é dito que, no Monte Santo, os olhos dos discípulos se abriram e eles, então, puderam discernir a verdadeira natureza de Cristo, a Sua Natureza Divina — o próprio Deus Filho vincula essa visão à Sua Ressurreição. Similarmente, já Ressurreto, Cristo tem a Sua Natureza Divina revelada aos discípulos de Emaús apenas quando lhes são abertos os olhos (Lc 24:13- e 30–31). Como vimos em Paulo, o batismo cristão só tem significado enquanto símbolo da Morte e da Ressurreição de Cristo, como anúncios da mortificação do Velho Homem e da aderência, pelo Espírito Santo, ao Novo, e como testemunho público do ingresso no Corpo Místico de Cristo. E é aqui que reencontramos o símbolo da Ceia do Senhor, que também está vinculado à Morte, à Ressurreição e à Volta, em Corpo Glorioso, de Jesus, e pelo qual se testemunha a perfeita unidade do Corpo Místico de Cristo, a Igreja, como realização terrena do Reino Vindouro e Imperecível, porque sua finalidade, anuncia a Ceia, é aguardar a, e já ser início da, Nova Criação.

Como escrito anteriormente, a incapacidade de discernir o Corpo e o Sangue de Cristo, simbolizados no Pão e no Vinho (1 Co 11:24 e 10:17), e o Corpo Místico de Cristo, a Igreja, enquanto símbolo do Corpo Glorioso do Deus Filho e do corpo da ressurreição (1 Co 10:16 e 12:27), deve ter alguma relação com um embrutecimento no entendimento (agnosis). Espírito, ou pneuma, significa Intelecto (1 Co 2:11–12) e é uma faculdade de discernimento espiritual reestabelecida desde já pelo Espírito Santo através símbolo do batismo (1 Co 12:13). Uma das faculdades do Intelecto, a Nous, é aquela que encontra um sentido transcendental que unifica a realidade sensível, e aparece negativamente em 1 Co 14:14, quando a confusão de línguas estranhas promovia um caos inapreensível pelo Intelecto, um caos que não significava ou simbolizava nada e que, portanto, não poderia ser apreendido ou discernido. Nous é sinônimo de Dianoia (o pensamento profundo sobre o objeto pela sua separação do todo), de Synemi (a habilidade intelectual de juntar a diversidade num todo inteligível — a Inteligência Espiritual de Efésios 4:9) e de Phronesis (simplesmente discernimento intelectual, ou sabedoria). Nenhuma dessas funções parecia estar sendo exercida pelos cristãos de Corinto, sinalizando que agiam segundo o homem natural, não conforme o princípio do homem espiritual, como se não tivessem sido sequer batizados — do contrário, discerniriam o Corpo, do qual faziam parte. É desse viver conforme o princípio do homem natural, que declina ao perecível, que as consequências da perecibilidade estavam invadindo a Igreja local (1 Co 11:30), visto que o Pecado voluntário, o entregar-se, sem arrependimento, ao modo do Velho Homem, não fica sem o Juízo de Deus.

Para remediar essa situação deplorável, Paulo lança o seu prognóstico à Igreja: Diakinó. No versículo 29 de 1 Coríntios 11, como já dissemos, fala-se de “discernir o Corpo”. A palavra grega para discernir é, aqui, Diakinó, e por meio dela Paulo quer restaurar a inteligência dos coríntios. Diakinó significa, propriamente, investigar exaustiva e completamente, parte por parte, para nutrir um julgamento inteiro a respeito de algo e, restituindo a integridade do todo pela visão de suas partes, separá-lo do restante em vista de, no contexto, ceder a ele como mais digno e honorável do que o demais (do que as suas partículas). Nesse caso, discernir o Corpo envolve uma visão lúcida de si mesmo dentro do Corpo (v. 31 — ver-se com clareza por discriminação de seus fragmentos), considerando a própria individualidade (seu quinhão particular no Corpo Glorioso) e a procedência particular em vista do Todo, para arrependimento e submissão ao Corpo, que é maior do que as partes, e arrependimento diante do Cristo Ressurreto, de quem a Ceia e a Igreja são símbolos.

Texto de minha autoria (como os demais deste canal) originalmente publicado em meu perfil pessoal do facebook em 17 de janeiro de 2023.

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Natanael Pedro Castoldi
Natanael Pedro Castoldi

Written by Natanael Pedro Castoldi

Psicoterapeuta com formação em teologia básica e leituras em história das religiões e simbolismo. Casado com Gabrielle Castoldi.

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