O Código Apocalíptico
Em que sentido exatamente o número “1260” é um código profético?
Como vimos, aplicado ao “ano” e dividido pelo 365, ele dá a 3,5, que é a fórmula “um tempo, tempos e metade do tempo”, encontrada no mesmo capítulo 12 de Apocalipse (v. 14) e diversas vezes no livro de Daniel, com a especificidade de aplicar o “0,5”, isto é: a “metade do tempo”, ao reino do Anticristo. O “1260”, como já está claro na narrativa de Apocalipse 12, discorre sobre a Era da Igreja — o afirmo com base em uma miríade de pesquisas anteriormente publicadas aqui e no meu blog. Se 1260 é 3,5, ou seja, “um tempo, tempos e metade do tempo”, ele obviamente não falará de um montante de anos literal, mas dos Três Tempos da História Sagrada, conforme o símbolo das Quatro Idades, que está em Daniel 2: Ouro (1), Prata-Bronze (2–3) e Ferro (0,5), significando: sua fundação, sua continuidade e seu rápido término.
… o Messias inaugura o Tempo, Sua morte estabelece os Tempos, que, por sua vez, são concluídos na Metade do Tempo.
Em Daniel 9 é dito que o Messias virá nos Sete Setes (1, ou o Tempo), morrerá no 62º Sete (2–3, Tempos) e o Anticristo governará no Último Sete, até a sua metade (0,5, Metade do Tempo). Nesta fórmula, o Messias inaugura o Tempo, Sua morte estabelece os Tempos, que, por sua vez, são concluídos na Metade do Tempo. Deve ser nesse sentido que o apóstolo Paulo, ao falar da manifestação do Messias, fala da “plenitude do tempo”, ou “dos tempos”, em Gálatas 4:4. O Tempo / Os Tempos principado(s) pela Encarnação do Filho no ventre de Maria. O termo “tempos”, sugiro, era utilizado pelos apóstolos no sentido escatológico disposto por Daniel, como uma indicação dos Três Tempos. Nesta fórmula, os Três Tempos são estabelecidos pelo Messias, que operou no Tempo, morreu no umbral dos Tempos e voltará após a Metade do Tempo. Por essa razão, o uso de “tempos” no Novo Testamento, no sentido de “fim dos tempos”, ou “últimos dias”, deve replicar o 3,5, sobretudo o Segundo Tempo, “Tempos”, que é o “Tempo que Resta” (1 Co 7:29): aquele que sucede à retirada do Filho e que antecede a manifestação do Anticristo, que será muito breve (metade de 7 = 3,5 “anos” ou 1260 “dias”, aproximadamente) e terminada no que às vezes é chamado de “O Tempo” (Mc 13:33), o mesmo que “O Dia” (Ap 6:17) ou “Naquele Dia” (Hb 10:25). Os cristãos primitivos, por conseguinte, sabiam que estavam em “Os Tempos”, e é neles que também estamos. Falta a “Metade do Tempo” e, então, o Juízo.
Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. — 1 Ts 5:1–3
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Certamente os cristãos primitivos tinham um sentido escatológico para as estações, aparentemente enquanto seções dentro dos Tempos — infelizmente o entendimento disso está fora do nosso alcance. Minha hipótese é que haja alguma analogia com o símbolo das Quatro Idades, pois as Quatro Estações são tradicionalmente vinculadas aos Quatro Elementos, assim como o são os Quatro Metais das Quatro Idades. Pode-se imaginar a presença de “invernos” e de “verões” em períodos da história cristã. É interessante que a astrologia persa percebeu que as conjunções Júpiter-Saturno, ou a Estrela de Belém, atravessam um dos Quatro Elementos do zodíaco ao longo de 240 anos, tempo após o qual transicionam para o elemento seguinte. Pode ser que aqui tenhamos uma pista.
Texto de minha autoria (como os demais deste canal) originalmente publicado em meu perfil pessoal do facebook em 25 de setembro de 2024.