O Ludo Magno

Diário de viagem #3

Natanael Pedro Castoldi
2 min readMay 1, 2024
Foto tirada pelo autor do presente texto no dia 20 de abril de 2024. O Ludo.

O Ludo Magno foi a primeira ruína romana que vimos de perto, já que estava cinco minutos abaixo de nosso local de hospedagem — uma vila muita antiga e sólida, dotada de elevadores do Séc. XIX e cuja entrada dava vista direta, de um lado, ao obelisco da Arquibasílica de São João de Latrão (Obelisco Lateranense) e, do outro, ao Coliseu.

Foto tirada pelo autor do presente texto no dia 20 de abril de 2024. A colunata do Templo de Vênus.

Não esperávamos encontrar esse local ao lado e abaixo de nosso caminho, magnetizados que estávamos pelo vulto do Coliseu. A surpresa dessa jóia e a percepção de que estávamos sobre parte dela, como um primeiro gosto da Roma imperial com os pés em terra, tornou-a indelevelmente marcante. Ainda mais pelo que representa, sendo o maior acampamento e a maior escola de gladiadores da Roma Antiga, erguido após o incêndio de 64 d.C. e disposto por Domiciano no vale entre o Esquilino e o Célio. Reformado por Trajano, esse Ludo abrigou uma plêiade de gladiadores e de feras notáveis, além do próprio imperador Cômodo, que treinou e dormiu ali. Restaurado por Odoacro (476), seguiu em uso até 536 d.C. Como quem assistiu Gladiador e Spartacus, foi impossível não deixar a imaginação pôr ali leões e homens, fazendo ecoar rugidos, golpes de gládio e vozes de comando.

Texto de minha autoria (como os demais deste canal) originalmente publicado em meu perfil pessoal do facebook em 23 de abril de 2024.

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Natanael Pedro Castoldi

Psicoterapeuta com formação em teologia básica e leituras em antropologia e crítica literária. Casado com Gabrielle Castoldi.