Sobre a Guerra no Oriente Médio e o Panorama Profético
Uma brevíssima leitura
O clima global é o do limiar de uma guerra sangrenta. As ações de determinadas empresas de armas que servem ao Estado Profundo subiram vertiginosamente. É o cenário mais tenso no Oriente Médio e para Israel desde sua fundação — o que ocorre agora é maior do que a Guerra dos Sete Dias e a do Yom Kippur. A pressão militar direta da Rússia contra os países da OTAN não tem precedentes , e não se ignore o apoio russo aos iranianos no conflito contra os israelenses — a sustentação russo-chinesa se expande até a Venezuela, que está em guerra civil e que parece performar um território dentro do qual os dois blocos globais mais representativos se baterão indiretamente. O caos na Inglaterra é alarmante e a eleição presidencial norte-americana deverá ter implicações na cortina que se fecha ao redor da China no Pacífico e nas tensões em Taiwan. Aparentemente a Pandemia não surtiu eficazmente o efeito esperado de, substituindo um conflito global, reordenar o sistema internacional, e as prerrogativas de nações e blocos contra o regime liberal do império estadunidense e ocidental, que insiste em perdurar, não esmoreceram — talvez o velho expediente da Guerra ainda queira se perfazer, e talvez a “energia” mobilizada no tempo pandêmico não tenha parado de se desdobrar, agora em termos beligerantes, porque o fundo arquetípico e ideacional da Pandemia foi militar. É frente a isso que Fulcanelli alerta sobre o perigo da prepotência humana de revolver temerariamente, com interesses escusos e sem reverência, a infraestrutura do Mundo, para, pela sua dissolução alquímica, liberar Poder, libertar Tifão — uma força que, no final, não conseguirá controlar (Finis Gloriae Mundi).
Segundo as observações em astrologia científica de Chatelain, ex-cientista da NASA (O Fim do Mundo), os tempos de virada de era zodiacal são acompanhados de três grandes guerras, que vêm dissolver o sistema e o império mundial (Stein Jr.) anteriormente dominante e estabelecer um novo regime, ou um novo império mundial. Sem discorrer sobre os números de seus cálculos, basta apontar para as Três Guerras Púnicas do final da Era do Carneiro para o início de Peixes. Como o final da Era de Peixes já apresentou Duas Guerras Mundiais, resta, segundo Chatelain, uma Terceira, marcada para 2020 — há toda uma observação astronômica aqui. Todos nós sabemos o que começou em 2020 e convém apontar para certas previsões de Nostradamus, para quem a Guerra do Anticristo teria início em 1999 e terminaria após um período de 27 anos, em 2026, ponto terminal, segundo o profeta, da Era de Peixes e ponto inaugural da Era de Aquário.
… deveremos identificar essas disposições internas dos povos da Terra como permanentes, se constelando segundo os ciclos e das dispensações dos Tempos.
Quanto às personagens envolvidas na atual conformação global, que não se desconsidere o código profético hebreu para a determinação das 70 Nações da Terra, cuja primeira base é a Tábua das Nações, de Gênesis 10. Os judeus, instalados no nó das civilizações do Mundo Antigo, no nexo entre os impérios orientais, o Egito e os povos ocidentais e nas margens do Mediterrâneo, obviamente tomaram conhecimento de povos dos mais distantes e sabiam como nomeá-los. Os profetas, eruditos de primeira linha, sabiam como aplicar os nomes desses povos em seus oráculos, servindo-se deles como de um léxico de símbolos escatológicos. Assim como cada Tribo de Israel era representada simbolicamente, a partir de um motivo teriomórfico definidor de seu espírito e de sua vocação, cada um dos povos do Mundo, e cada conjunto de povos, quando articulado em uma identidade política maior (um império), deveria ser associado a um motivo animal — o profeta Daniel demonstra domínio desse sistema simbólico — e era condensado, em termos de espírito e de vocação, na figura de um anjo ou de uma entidade nacional. Para o judeu, do ponto de vista étnico e profético, enquanto uma entidade nacional perdurasse, perduraria o seu status espiritual, a sua disposição interna para a realização de determinada empresa no esteio da história global, correspondente à sua índole — a determinação bíblica do espírito ligado aos ismaelitas, que são os árabes, se aplica até o dia de hoje. E se impusermos nos textos proféticos o expediente da leitura espiritual, respeitando o seu sentido escatológico, deveremos identificar essas disposições internas dos povos da Terra como permanentes, pertencentes à humanidade e aos sistemas globais, se reequilibrando e constelando segundo os ciclos e das dispensações dos Tempos.
No início de nosso ano já publiquei um extenso estudo principalmente sobre a identidade dos povos nomeados nos oráculos de Ezequiel, nos capítulos 38 e 39, desde o qual, e a partir dos princípios supracitados, nos asseguramos de sua permanência até os dias de hoje e de seu papel nos ciclos dos Tempos, com a repetição derradeira e arquetípica do Fim da Era. Não há necessidade, portanto, de nos delongarmos falando de Gômer, Pute, Togarma, Cuxe… Bastando indicarmos que esses povos estão todos, no oráculo de Ezequiel, articulados com Magogue, sob a liderança de Gogue, e que Magogue se referia, para os judeus e seus profetas, aos povos da Cítia, das estepes do Norte, ligados diretamente aos moscovitas, de ininterrupta continuidade até os atuais russos, que são os herdeiros do espírito de Magogue. Essa coalizão, que é formada para aniquilar Israel, conta com a Pérsia (Irã) e é recuperada nos oráculos apocalípticos do profeta João de Patmos (Apocalipse 20:8) como arquitetada por Satanás. Tal coalizão representa, ainda, um sistema global em franca ascensão — provavelmente as Três Bestas da Visão de Daniel que foram derrotadas pelo Dragão, mas que se reerguem por pouco tempo depois de o Dragão ser abatido. Esse sistema testemunha da mudança de império global correspondente à virada de Era e, neste caso, tipificada diversas vezes na história dos Tempos, deve ser vislumbrada como se impondo derradeiramente, isto é: nos termos da Grande Guerra Cósmica Escatológica do Fim da Era, de antes da Parusia.
Texto de minha autoria (como os demais deste canal) originalmente publicado em meu perfil pessoal do facebook em 8 de agosto de 2024.